Árvore pau brasil de idade aproximada de 600 anos
Uma árvore pau brasil de idade aproximada de 600 anos e proporções inéditas foi encontrada no sul da Bahia, no dia 22. A descoberta aconteceu a partir de expedições feitas pelo botânico Ricardo Cardim e Alex Vicintin – mateiro e empreendedor ambiental do município de Itamarajú.
A região já tinha sido esquadrinhada alguns vezes por Cardim, que desde 2016 pesquisa as arvores gigantes que restam em toda Mata Atlântica. O trabalho resultou em um livro e exposição intitulados Remanentes da Mata Atlântica . A mostra está em cartaz no Museu da Casa Brasileira em São Paulo. O fotografo Cassio Vasconcelos e o Botânico Luciano Zandoná também participaram do livro. Desde então, desenvolveram um elo de confiança com os moradores do assentamento Pau-Brasil. No mês passado, a equipe estava lá e soube, por meio de um guia, da existência de um remanescente da espécie muito maior do que outros que já tinham registrado. O guia também informou que somente um homem da comunidade conhecia como em trecho da floresta a arvores se encontrava. ”Explicamos que aquilo era impotantissimo, alfo noco para ciência e que gostaríamos de registrar o que considero patrimônio nacional bonificando o assentado”, conta Cardim. Trato feito muitos dias perdidos e encontraram o que buscavam.
Apesar de já ter registrado mais de 150 arvores centenárias no 12% que sobraram de área da Mata Atlântica original, Cardim levou um susto com o pau-brasil de 7,13 metros de diâmetro quase três vezes maior que os já tabulados. Além de ser cheia de “rugas” que revelam a sua idade estimada em 600 anos, ela mede praticamente 40 metros.
O tarimbado botânico acredita que se a arvore tivesse sido encontrada num outro país, como a Alemanha, por exemplo, certamente o governo faria um parque exclusivo para preservá-la, chamando atenção para sai história. “Ela tem um simbolismo enorme, nomeou o nosso País. E sobreviveu a cinco séculos de ferro e fogo da Mata Atlântica”, pondera.
É relevante manter vivo e seguro o pau-brasil único. E olhar profundamente para seu imenso potencial genético e de reprodução. “O que temos no País soa exemplares que rebrotaram no século 20, dificilmente alguém vai achar alguma arvore remanescente do século 18, quando prevalecia o vale tudo e tudo era simplesmente destruído. Esse é o ultimo moicano. Por isso, nosso quase desespero para fazer as pessoas entenderem a importância dessa arvore. Se derrubar não haverá outra em seiscentos anos”, alerta Cardim. Animado pela descoberta, o grupo anuncia os próximos projetos. “Estamos indo para a Amazônia”, diz Alex Vicentin, arrecadando fundos e organizando apoio para montar o livro já batizado de As Árvores Remanescentes da Amazônia. Eles prospectam também parceiros para realizar documentário sobre os dois biomas.