Lançado em 1971, o Programa Homem e Biosfera (MaB – Man and the Biosphere) foi criado como resultado da “Conferência sobre a Biosfera” realizada pela UNESCO em Paris em setembro de 1968. É um programa de cooperação científica internacional sobre as interações entre o homem e seu meio, buscando o entendimento dos mecanismos dessa convivência em todas as situações bioclimáticas e geográficas da biosfera, procurando compreender as repercussões das ações humanas sobre os ecossistemas mais representativos do planeta.
O objetivo central do Programa MaB é promover o conhecimento, a prática e os valores humanos para implementar as boas relações entre as populações e o meio ambiente em todo o planeta.
O Programa MaB desenvolve, ao mesmo tempo, duas linhas de ação:
Atualmente (2023-2024) a Rede Mundial de RBs, conta com 748 RBs em 134 países. Apesar de estarem localizadas em todo o Planeta e em diferentes contextos geográficos, biológicos, econômicos e culturais, as Reservas da Biosfera tem em comum a busca de soluções concretas para conciliar a conservação da diversidade biológica com o desenvolvimento humano para benefício das atuais e futuras gerações. Para tanto estão ligadas por uma Rede Mundial de Reservas da Biosfera, com o objetivo de garantir o intercâmbio de resultados de pesquisa científica, processos de gestão, experiências positivas e dificuldades quanto à resolução de problemas.
A Rede Mundial de Reservas da Biosfera é composta de várias Sub-Redes Regionais de Reservas da Biosfera, o que vem se mostrando como uma experiência muito rica. Entre essas Sub-Redes regionais está a Rede IberoMaB formada pelos Comitês MaB dos países Ibero-Americanos (Espanha, Portugal e países latino americanos de língua espanhola e portuguesa). Esta rede, coordenada pelo Comitê MaB da Espanha, foi criada em 1992 em Caracas, Venezuela e agrega os Comitês MaB de 22 países e 5 entidades colaboradoras.
Outra Rede existente para a mesma região é a Rede Ibero-Americana de Reservas da Biosfera – CYTED/UNESCO, criada em 1993, sediada na Costa Rica e que envolve os gestores, pessoas e instituições envolvidas com a implantação das Reservas da Biosfera e da Agenda 21 na região. Entre suas principais contribuições estão seminários e cursos voltados a capacitação de gestores para as Reservas e documentos sobre esse tema.
CN-RBMA é membro fundador da Rede Ibero-Americana de RBs e ponto-focal da Rede IberoMaB no Brasil, por delegação da COBRAMAB. Nesta condição a RBMA organizou a IV Reunião do IberoMaB, em junho de 2002 no Rio de Janeiro e outros eventos, a exemplo do Encontro Nacional de Gerenciamento Costeiro também no Rio de Janeiro contando com a parceria da Agência Costeira e do IberoMaB.
Existem outras redes de RBs, sendo que a Construção de uma rede internacional, de redes regionais, sub-regionais e de ecossistema específicos é uma característica fundamental do Programa MAB.
Outras Redes Regionais Existentes:
As redes regionais e sub-regionais têm um papel fundamental a desempenhar na troca de informações e experiências Regionalmente nomeadamente em:
África – AfriMAB | América Latina e Caribe – IberoMAB | Ásia e Pacífico – EABRN – pACMAB – SACAM – SeaBRnet | Estados Árabes – ArabMAB | Europa e América do Norte – EuroMAB | Inter-Regionalmente – REDBIO
O ‘Marco Estatutário’ (Statutory Framework) foi definido na importante Conferência Internacional das Reservas da Biosfera, em Sevilha, em 1995. Foi uma tentativa de formalizar um pouco mais o vínculo dos países e das reservas da biosfera ao programa global (MaB) coordenado pela UNESCO.
Esse documento re-estabelece os principais parâmetros para reconhecimento e implementação de uma reserva da biosfera.
Entre suas condições, está a necessidade de cada reserva da biosfera se sujeitar a uma revisão periódica a cada dez anos, com um relatório preparado pela autoridade responsável (art. 9).
Segundo o ‘Marco Estatutário’, ainda, há algumas definições próprias do conceito das reservas da biosfera, que cada uma deveria seguir e atender.
Reservas da Biosfera | São áreas de ecossistemas terrestres ou costeiro-marinhos, internacionalmente reconhecidas no Programa Homem e a Biosfera (MAB) da UNESCO; devem ser locais de excelência para experimentação e demonstração de enfoques para conservação e desenvolvimento sustentável na escala regional |
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Rede Mundial | Formam uma rede mundial, que serve de instrumento para a conservação da diversidade biológica e o uso sustentado dos seus componentes, sempre mantendo a soberania dos Estados sobre essas áreas |
Funções | Cumprem e combinam três funções: (i) contribuir para a conservação de paisagens, ecossistemas, espécies e variedades; (ii) fomentar o desenvolvimento econômico e humano que seja sociocultural e ecologicamente sustentado; e (iii) apoiar projetos demonstrativos, educação ambiental e capacitação, pesquisa e monitoramento relacionados com os temas locais, regionais, nacionais e globais da conservação e do desenvolvimento sustentado |
Critérios Gerais | 1) incluir um mosaico de sistemas ecológicos representativos das maiores regiões biogeográficas; 2) ter importância para a conservação da biodiversidade biológica; 3) representar uma oportunidade para se experimentar e demonstrar enfoques de desenvolvimento sustentável na escala regional; 4) ter tamanho suficiente para cumprir as três funções; 5) ter zoneamento apropriado; 6) ter esquema organizacional que promova o envolvimento e a participação de setores sociais (autoridades públicas, comunidades, privados…); e 7) ter condições e provisões para: (a) ter instrumentos para gerir as atividades humanas na zona tampão; (b) ter uma política ou plano de gestão para a área, na qualidade de reserva da biosfera; e (c) ter uma autoridade ou mecanismo designado para implementação da política ou plano citados |
Zoneamento | Através de apropriado zoneamento deve conter: (a) um ou mais núcleo(s) legalmente destinado(s) para a proteção da biodiversidade à longo prazo, de acordo com os objetivos da reserva da biosfera, e ter tamanho suficiente para atingir esse objetivo; (b) uma (ou mais) zona(s) tampão (buffer zone), claramente definida e que envolva o núcleo, ou outras áreas, onde somente as atividades compatíveis com a conservação podem ocorrer; e (c) uma zona(s) de transição, mais externa(s) e flexível, onde atividades de manejo sustentável de recursos naturais devem ser promovidas e desenvolvidas baseado sobretudo no Statutory Framework, da UNESCO, definido a partir de Sevilha (art. 1–5 e outros) |
1º ENCONTRO DE RESERVAS DA BIOSFERA DO BRASIL E MERCOSUR
Rio de Janeiro, 9 a 11 de junio de 2000
CONCLUSIONES
Siendo el Objetivo fundamental de este Encuentro el presentar y discutir la situación actual de las RBs de Brasil y del Mercosur, la presentación de nuevas RBs y la integración de los esfuerzos para su consolidación y desarrollo.
Con la participación de representantes de UNESCO, UICN y de los Comités Nacionales MAB y de Reservas de Biosfera de Argentina, Brasil, Paraguay y Uruguay, de Instituciones gubernamentales, académicas y ONGs.
Considerando que :
El Programa sobre el Hombre y Biosfera “Man and Biosphere/MAB” de la Unesco es un Programa intergubernamental.
Las Reservas de la Biosfera (RBs) deben ser instrumentos para demostrar la conciliación de los objetivos de conservación de la naturaleza con los del desarrollo, enfatizando para ello el concepto de desarrollo sustentable.
El creciente esfuerzo de los países del Mercosur para profundizar la aplicación del concepto de RB.
Considerando las diversas modalidades, intereses y experiencias de cada uno de los países, los participantes de este encuentro concluyen y recomiendan que:
A ‘Estratégia de Sevilha’ (Seville Strategy) foi definida na Conferência Internacional das Reservas da Biosfera realizada, em Sevilha, em 1995. Foi mais uma tentativa de melhor orientar o vínculo dos países e a gestão das reservas da biosfera ao Programa MaB e à Rede Mundial de Reservas. Ela contém recomendações para desenvolver reservas da biosfera efetivas e para estabelecer as condições apropriadas ao funcionamento da Rede Mundial de Reservas da Biosfera. Esse documento identifica o papel específico das reservas da biosfera na elaboração de uma nova visão da relação entre conservação e desenvolvimento. Ele toma como base, também, os princípios da Convenção da Diversidade Biológica e da Agenda 21.
A Estratégia apresenta objetivos, metas, ações recomendadas e indicadores de implementação –além de referências sobre o cruzamento desses elementos. Tais elementos estão, ainda, organizados segundo os níveis de atuação(internacional, nacional e reserva da biosfera individual) em que cada recomendação será mais efetiva. Porém, dada a grande variedade de diferentes situações de gestões nacionais e locais, esses níveis de ação recomendados deveriam ser vistos apenas como diretrizes –adaptados para se ajustar à situação em questão. Note-se, especialmente, que o ‘nível nacional’ deve ser interpretado de forma a incluir outros níveis governamentaisalém do federal (estados, municípios). O ‘nível internacional’ inclui a apreciação global, mas, freqüentemente, também engloba atividades internacionais de carater regional.
Além dos níveis, convém destacar, nesta síntese da Estratégia de Sevilha, os objetivos e metas apresentados:
I. Usar as reservas da biosfera para conservar a diversidade natural e cultural
I.1. Melhorar a cobertura da biodiversidade natural e cultural por meio da Rede Mundial de Reservas da Biosfera
I.2. Integrar as reservas da biosfera no planejamento da conservação
II. Utilizar as reservas da biosfera como modelos de gestão territorial e local de experimentação de enfoques para o desenvolvimento sustentável
II.1. Garantir o apoio e o envolvimento das comunidades locais
II.2. Assegurar melhores harmonização e interação entre as diferentes zonas da reserva da biosfera
II.3. Integrar reservas da biosfera no planejamento regional
III. Usar as reservas da biosfera para pesquisa, monitoramento, educação e treinamento
III.1. Melhorar o conhecimento das interações entre os seres humanos e a biosfera
III.2. Melhorar as atividades de monitoramento
III.3. Melhorar educação, consciência pública e envolvimento
III.4. Melhorar a capacitação para especialistas e gestores
IV. Implementar o conceito de reserva da biosfera
IV.1. Integrar as funções das reservas da biosfera
IV.2. Fortalecer a Rede Mundial de Reservas da Biosfera
‘Sevilha + 5’ foi um encontro de especialistas (realizado em Pamplona em 23 a 27 de outubro de 2000) sobre a implementação da Estratégia de Sevilha. Apesar de guardar alguma similaridade com os níveis apresentados na Estratégia de Sevilha, as recomendações de ‘Sevilha + 5’ estão preferencialmente voltadas para alguns dos principais atores do sistema de reservas da biosfera. São eles: os governos nacionais (nível nacional), redes de trabalho regionais; coordenadores das reservas da biosfera (nível do ‘sítio’) e secretariado do Programa MaB.
Enquanto que para o secretariado as recomendações estão divididas por nível de prioridade, as recomendações foram organizadas por tópicos para os governos nacionais, redes de trabalho regionais e para os coordenadores de reservas da biosfera individuais. Os principais tópicos são os seguintes:
Grupo de Trabalho 1 – As Reservas da Biosfera e a Investigação Científica Internacional, Continuação de Processos e os Principais Convênios de Conservação
Moderador: Sr. Mohammed Ayyad.
Os debates gerais estiveram precedidos por uma mesa redonda, na qual os participantes apresentaram experiências na área. A sra. Dalia Maiomon (Brasil), os srs. Effendy Sumaradja (Indonésia), Jim Birtch (Canadá), Boshra Salem (Egito), Jack Wade (EUA) e Olof Olsson (Suécia) realizaram apresentações.
O Grupo de Trabalho reconheceu que as Reservas da Biosfera são lugares ideais para dar continuidade ao processo em um longo prazo e a projetos de investigações. Foram propostas as seguintes recomendações:
Recomendações
1. Que a Secretaria do MAB elabore uma visão geral, concisa e fácil de utilizar sobre as diferentes convenções que resultem relevantes para o programa MAB e prepare diretrizes para sua realização dentro do marco do mesmo. Estas deveriam ser traduzidas nos idiomas que fossem possíveis, com a ajuda dos Comitês Nacionais do MAB.
2. Que a Secretaria do MAB coordene com as diferentes secretarias os acordos de meio ambiente multilaterais relevantes (por exemplo, a Convenção sobre a Diversidade Biológica) e que desenvolva diretrizes para harmonizar iniciativas de investigação que tenham relação com as convenções.
3. As redes regionais, mediante consulta previa à Secretaria do MAB, deveriam definir e adotar um número limitado de projetos de investigação e sua continuidade relacionados com a conservação e o desenvolvimento sustentável. Tais projetos deveriam ser promovidos em todas as Reservas da Biosfera.
4. As redes deveriam fomentar a investigação especialmente no âmbito da paisagem para estudar a interação entre os diferentes ecossistemas.
5. Que as redes regionais aumentem a cooperação interregional e o intercâmbio de resultados de investigações utilizando as tecnologias de comunição adequadas, incluindo Internet.
6. Que se aumente a cooperação entre os gestores das Reservas da Biosfera, os pesquisadores e as comunidades locais para definir, conjuntamente, as necessidades de investigação, de controle e o uso de dados dos mesmos e seus resultados.
7. Este controle, mesmo que padronizado, seria aplicado para garantir os dados de qualidade comparável.
8. Os comitês nacionais do MAB ou os pontos focais equivalentes desenvolveriam um inventario nacional de todas as atividades de controle e investigação que se realizam em suas Reservas da Biosfera e que documentam a existência de planos de controle permanentes.
9. Se deveria acelerar a implantação do programa BRIM, que inclui um reconhecimento explícito da necessidade de integrar as ciências sociais entres suas atividades. Neste sentido, a reunião do BRIM, na qual se prevê manter em Kiev (2001), deveria ser utilizada inter alia para gerar informação que possa ser oferecida na Conferência de Ministros Europeos de Meio Ambiente, que se realizará em 2002.
10. Solicitou-se à Secretaria do MAB que desenvolva diretrizes para os comitês de reservas da biosfera voluntários para sua continuidade e investigação, que reconheçam e mobilizem o potencial das comunidades locais tanto dentro como ao redor das reservas da biosfera para contribuir no desenvolvimento de atividades de investigação e continuidade.
11. Os coordenadores das reservas da biosfera deveriam utilizar atividades de continuidade voluntárias para gerar dados e também com propósitos na educação ambiental.
Grupo de Trabalho 2 – As Reservas da Biosfera Como Elementos de Projeção e Bases Para a Difusão da Rede Mundial
Moderador: Sr. Juan Antonio Menendez Pidal, España
O moderador fez uma breve introdução, onde lembrou a principal recomendação do objetivo IV.2: Consolidar a Rede Mundial de Reservas da Biosfera da Estratégia de Sevilha. A reunião se iniciou com breves apresentações de projetos em reservas da biosfera. Estudos de casos foram apresentados pelos Srs. Baptiste Noël Randrianandianina da Reserva da Biosfera Mananara Nord em Madagascar, Driss Fassi da Reserva da Biosfera da Arganeraie em Marrocos, Heorhi Kazulka Reserva da Biosfera Pushcha em Belarus, Claudio Daniele das Reservas da Biosfera Argentinas e Joao Albuquerque da Reserva da Biosfera da Mata Atlantica no Brasil. Depois, o Sr. Juan Antonio Menendez Pidal explicou o apoio às Reservas da Biosfera na sub-rede Redbios.
As intervenções foram referentes à comunicação de “bons projetos”, a consolidação dos centros que melhor trabalham e a eliminação das reservas da biosfera que não funcionam bem. Um participante propôs reduzir os prazos entre as revisões periódicas.
Ressaltou-se a importância da função das redes regionais e a necessidade de melhorar a comunicação com os atores locais. Outras intervenções consideraram como prioridade o financiamento internacional e nacional, a visibilidade, a publicação de casos que tiveram êxito também através dos “MAB Digests”. Foi bem acolhida a idéia de criar um prêmio MAB para as iniciativas bem sucedidas. Insistiu-se na necessidade de publicar em idiomas locais, na oportunidade de aumentar a visibilidade das Reservas da Biosfera, apresentando a rede em congressos e eventos de âmbito internacional, como por exemplo o próximo Congresso de Parques Nacionais IUCN, que se realizará em 2003. Como as Reservas da Biosfera devem ser também economicamente viavéis, ressaltou-se a relevância destas gerarem ingressos para a população local em países em desenvolvimento.
Recomendações:
1. As autoridades nacionais e as redes regionais devem criar mecanismos de informação regionais ou sub-regionais através de boletins eletrônicos, folhetos impressos, etc., com o apoio das oficinas regionais da UNESCO.
2. Preparar projetos locais e nacionais com a participação das Reservas da Biosfera para doadores utilizando modelos como os do GEF/Bielo-Rússia, GTZ/Marrocos, Holanda/Madagascar, com apoio logístico da UNESCO. O Secretariado deve elaborar pautas para negociar com os doadores.
3. Reforçar os mecanismos de avaliação utilizando os sistemas das redes temáticas e regionais.
4. Os responsáveis locais e as autoridades nacionais devem desenvolver mecanismos para aumentar a visibilidade das reservas da biosfera.
5. As autoridades locais e nacionais devem utilizar as novas tecnologias para publicar os casos bem sucedidos.
6. As atividades locais e nacionais devem melhorar a participação das ONGs para arrecadar fundos e estabelecer vínculos entre as Reservas da Biosfera.
Grupo de Trabalho 3 – Reservas da Biosfera Para a Conservação In Situ dos Recursos Genéticos e a Rehabilitação/Reintrodução de Espécies
Moderador: Sr. Juan Antonio Menendez Pidal, España
O moderador fez uma breve introdução, onde lembrou a principal recomendação do objetivo IV.2: Consolidar a Rede Mundial de Reservas da Biosfera da Estratégia de Sevilha. A reunião se iniciou com breves apresentações de projetos em reservas da biosfera. Estudos de casos foram apresentados pelos Srs. Baptiste Noël Randrianandianina da Reserva da Biosfera Mananara Nord em Madagascar, Driss Fassi da Reserva da Biosfera da Arganeraie em Marrocos, Heorhi Kazulka Reserva da Biosfera Pushcha em Belarus, Claudio Daniele das Reservas da Biosfera Argentinas e Joao Albuquerque da Reserva da Biosfera da Mata Atlantica no Brasil. Depois, o Sr. Juan Antonio Menendez Pidal explicou o apoio às Reservas da Biosfera na sub-rede Redbios.
As intervenções foram referentes à comunicação de “bons projetos”, a consolidação dos centros que melhor trabalham e a eliminação das reservas da biosfera que não funcionam bem. Um participante propôs reduzir os prazos entre as revisões periódicas.
Ressaltou-se a importância da função das redes regionais e a necessidade de melhorar a comunicação com os atores locais. Outras intervenções consideraram como prioridade o financiamento internacional e nacional, a visibilidade, a publicação de casos que tiveram êxito também através dos “MAB Digests”. Foi bem acolhida a idéia de criar um prêmio MAB para as iniciativas bem sucedidas. Insistiu-se na necessidade de publicar em idiomas locais, na oportunidade de aumentar a visibilidade das Reservas da Biosfera, apresentando a rede em congressos e eventos de âmbito internacional, como por exemplo o próximo Congresso de Parques Nacionais IUCN, que se realizará em 2003. Como as Reservas da Biosfera devem ser também economicamente viavéis, ressaltou-se a relevância destas gerarem ingressos para a população local em países em desenvolvimento.
Recomendações:
1. As autoridades nacionais e as redes regionais devem criar mecanismos de informação regionais ou sub-regionais através de boletins eletrônicos, folhetos impressos, etc., com o apoio das oficinas regionais da UNESCO.
2. Preparar projetos locais e nacionais com a participação das Reservas da Biosfera para doadores utilizando modelos como os do GEF/Bielo-Rússia, GTZ/Marrocos, Holanda/Madagascar, com apoio logístico da UNESCO. O Secretariado deve elaborar pautas para negociar com os doadores.
3. Reforçar os mecanismos de avaliação utilizando os sistemas das redes temáticas e regionais.
4. Os responsáveis locais e as autoridades nacionais devem desenvolver mecanismos para aumentar a visibilidade das reservas da biosfera.
5. As autoridades locais e nacionais devem utilizar as novas tecnologias para publicar os casos bem sucedidos.
6. As atividades locais e nacionais devem melhorar a participação das ONGs para arrecadar fundos e estabelecer vínculos entre as Reservas da Biosfera.
Grupo de Trabalho 4 – As Reservas da Biosfera Como Modelos de Gestão do Território e de Desenvolvimento Sustentável
Moderador: Sr. J. Mburugu (Quênia)
O grupo de trabalho escutou as apresentações realizadas pelas Sras. June Marie Mow (Colômbia) sobre a Reserva da Biosfera San Andrés/Seaflower e Alicia Toribio (Argentina) sobre o papel dos especialistas em ciências sociais das Reservas da Biosfera na América Latina, assim como dos Srs. Joseph Mburugu (Quênia) sobre a Reserva da Biosfera de Amboseli, Neou Bonheur (Camboja) sobre a Reserva da Biosfera de Tonle Sap, e Olof Olsson (Suécia) sobre o valor acrescentado às Reservas da Biosfera nos enfoques do desenvolvimento sustentável.
O Grupo de Trabalho examinou a questão dos enfoques de desenvolvimento sustentável com relação aos três objetivos da Meta II da Estratégia de Sevilha, concentrando-se na experiência no campo. O caso de Amboseli demonstrou como se transformou uma antiga área protegida da Africa em um local para a gestão sustentável de um ecossistema que levava em conta os interesses das comunidades locais. O caso de Tonle Sap apresentou um compromisso muito complexo para a Estratégia de Sevilha, já que uma grande parte da economia do país está relacionada com o desenvolvimento deste lugar. San Andrés/Seaflower da Colômbia ofereceu um exemplo de gestão dos recursos costeiros e marinhos de uma Reserva da Biosfera em um grande arquipélago. O Grupo de Trabalho esteve de acordo com que as dimensões sociais, econômicas e culturais descritas pela Argentina e Suécia resultaram fatos cruciais para permitir que as Reservas da Biosfera explorem diferentes enfoques de desenvolvimento sustentável.
O Grupo de Trabalho observou que ainda se tem muito por fazer antes que se possa considerar que nenhuma das Reservas da Biosfera sejam um modelo totalmente ideal e funcional de desenvolvimento sustentável dos recursos terrestres, costeiros e marinhos. Para avançar neste sentido, deverão ser tomadas ações que cumpram com as seguintes recomendações:
Objetivo II.1: Garantir o apoio e o comprometimento dos habitantes locais
1. Os responsáveis do sítio e das autoridades nacionais deveriam fortalecer o comprometimento e a participação dos habitantes locais para a gestão e desenvolvimento sustentável dos recursos através de formação, avaliações rurais participativas e oficinas na comunidade. Somente quando as comunidades locais e as ONGs se transformem em sócios ativos da planificação, da gestão e da tomada de decisões dentro das Reservas da Biosfera, podemos dizer que o apoio dos habitantes locais está garantido.
2. O conhecimento das ciências sociais é crucial para conseguir o apoio das comunidades locais. As autoridades nacionais deveriam realizar um maior esforço para melhorar os estudos interdisciplinares, em particular aqueles que unem as ciências naturais e as ciências sociais dentro de suas próprias Reservas da Biosfera.
Objetivo II.2: Garantir uma melhor harmonização e interação entre as diferentes zonas das Reservas d Biosfera
3. Os responsáveis do sitio e as autoridades nacionais deveriam desenvolver e utilizar sistemas locais de informação, sempre que seja adequado, como base para promover uma gestão integrada do território e enfoques de desenvolvimento sustentável nas Reservas da Biosfera. Estes sistemas deveriam aumentar o intercâmbio de informação entre os usuários dos recursos e aproveitar de todas as formas de conhecimento, em especial do conhecimento indígena.
4. A Secretaria deveria desenvolver diretrizes básicas para identificar os agentes comprometidos nas três zonas, assim como para as três funções das Reservas da Biosfera; tais diretrizes deveriam facilitar a participação dos agentes na gestão prática das Reservas da Biosfera.
5. As autoridades nacionais, com ajuda da Secretaria, quando seja adequado, deveriam desenvolver diretrizes técnicas para o uso e o cuidado do território nas Reservas da Biosfera, assim como diretrizes para o uso dos recursos marinhos, baseados na experiência dos diferentes países. Essas diretrizes técnicas analisariam a questão da resolução de conflitos no uso da terra e nas práticas de gestão territorial.
Objetivo II.3: Integrar as Reservas da Biosfera na planificação regional
6. As Reservas da Biosfera deveriam ter objetivos de gestão claramente redigidos (segundo o zoneamento das Reservas da Biosfera) que servam para integrar a Reserva da Biosfera na planificação regional, incluindo as zonas marinhas e costeiras. Estes objetivos de gestão também deveriam incluir as dimensões sócio-econômicas. Para isso, os responsáveis locais e as autoridades nacionais ajudariam na implementação do processo do BRIM. As autoridades nacionais, com ajuda da Secretaria, quando fosse necessário, desenvolveriam indicadores para avaliar e controlar o progresso das Reservas da Biosfera para atingir um desenvolvimento sustentável em escala regional.
7. A planificação regional deve abranger a todos os grupos de agentes. Para garantir uma participação igual a todos esses grupos, as autoridades nacionais deveriam ajudar a criar as capacidades técnicas que permitam desenhar, obter os fundos e implantar atividades das Reservas da Biosfera, incluindo a procura por financiamentos.
8. As autoridades nacionais e dos lugares deveriam recolher e publicar os casos de experiências que tiveram êxito ao integrar as Reservas da Biosfera na planificação regional.
Grupo de Trabalho 5 – Gestor ou Coordenador Para as Reservas da Biosfera?
Moderador: Sr. Frederic Bioret (França)
O grupo de trabalho escutou as apresentações realizadas pelos Srs. A. Grigoryan (Federação Russa), T. Kokovin (Estônia), J-J. Sahou (Benin) e R. Turner (EUA)
As apresentações realizadas e os debates mantidos indicaram que existia uma grande diversidade de estruturas e níveis de entidades organizadoras nas reservas da biosfera. Como consequência, deveriam desempenhar uma série de papéis que variavam desde a realização de ações concretas até trabalhos de coordenação, tais como os processos participativos da comunidade, o estabelecimento de um consenso e o exercício de pressão política, ou os trabalhos de administração. Por tudo isso parecia ficar claro que a pergunta “gestor ou coordenador para as Reservas da Biosfera?” não era a pergunta chave , mesmo que o mais importante para um “coordenador de uma Reserva da Biosfera” era receber um reconhecimento claro e obter uma maior visibilidade, em particular como pessoa focal que deve ser desenhada para cada Reserva da Biosfera.
Recomendações:
1. Deveriam identificar claramente ou criar infra-estruturas institucionais específicas que estivessem sob responsabilidade da coordenação das Reservas da Biosfera. Solicita-se que se preste maior atenção, por parte do Comitê Consultivo, enquanto se avaliem as solicitações das novas Reservas da Biosfera. Deveriam garantir especialmente a continuidade temporal das operações desta estrutura.
2. Entre os múltiplos papéis que devem ser assumidos por esta estrutura, se consideram essenciais os seguintes:
• Ter a capacidade de fomentar e desenvolver de maneira correta os processos participativos e a criação de consenso.
• Contar com a capacidade para integrar todo tipo de conhecimento na elaboração e implantação de um “projeto de território comum” (um projeto que equilibre uma consideração entre meio ambiente, economia e a igualdade em uma zona específica de interesse comum para os agentes)
• Melhorar o fluxo da informação a todos os níveis utilizando uma variedade de ferramentas que incluam GIS e Internet
As redes regionais deveriam entrar nos próximos meses em um estudo e em uma análise crítica das estruturas de coordenação das Reservas da Biosfera existentes, com o apoio da Secretaria e com o objetivo de desenvolver um conjunto de diretrizes sobre a criação, os papéis e o funcionamento desse tipo de estruturas.
Grupo De Trabalho 6 – As Reservas da Biosfera e o Desenvolvimento de Economias de Qualidade
Moderador: Giles West (Australia)
A Sra. Doris Pokorny (Alemanha) assim como os Srs. Jim Birtch (Canadá), Seyani Seidou (Nigéria), Han Nianyong (China), Hannington Oryem-Oriega (Uganda), Jorge Adamoli (Argentina) realizaram apresentações.
Os debates ocorreram ao redor de três temas. O primeiro foi a necessidade de promover e aumentar a compreensão que se tinha sobre a Estratégia de Sevilha e o Marco Estatutário. Os participantes tinham a sensação de que a ênfase que se dá ao componente de desenvolvimento das Reservas da Biosfera no Marco Estatutário não está bem definido na Estratégia de Sevilha.
O segundo tema se relacionava diretamente com o desenvolvimento de economias de qualidade que incluíram novas oportunidades econômicas. Teve como resultado um terceiro tema: a prevenção diante das mudanças drásticas e a necessidade de construir sobre os recursos, o conhecimento e as estruturas que já existem nas Reservas da Biosfera.
Recomendações:
1. A Secretaria do MAB deveria desenvolver um guia conciso, fácil de usar e prático sobre a Estratégia de Sevilha e o Marco Estatutário, que os Comitês Nacionais deveriam traduzir aos idiomas que fossem possíveis. O guia deveria ressaltar a importância de um desenvolvimento econômico e social sustentável e relacionar as diferentes metas e objetivos dentro e entre a Estratégia de Sevilha e o Marco Estatutário.
2. O CIC do MAB deveria encontrar formas de recordar que as Reservas da Biosfera “deveriam oferecer uma oportunidade de explorar e demonstrar enfoques de desenvolvimento sustentável na escala regional,” – o que não fica bem indicado na Estratégia de Sevilha e nem é uma ação que está muito bem difundida.
3. A Secretaria do MAB deveria utilizar os resultados do estudo sobre a implantação da Estratégia de Sevilha para criar uma base de dados que fosse acessível desde a rede e que incluísse informação sobre cada Reserva da Biosfera, além de estimular a quem não oferece informações/respostas a fazê-lo.
4. O desenvolvimento sustentável precisa basearse em uma diversidade de atividades econômicas cujas características chaves são: a rentabilidade, a sustentabilidade e a responsabilidade (social e ambiental).
5. A Secretaria do MAB deveria facilitar o estabelecimento de um grupo de trabalho, que incluísse aos diretores das Reservas da Biosfera , sobre o desenvolvimento das economias de qualidade no campo
6. Os temas que deveriam considerar um grupo de trabalho dessas características são:
7. O desenvolvimento de novas atividades econômicas implica na criação e complementação das atividades já existentes e na construção, baseado nas características especiais da região, de sua identidade regional. Também implica em levar em consideração as conseqüências dos mesmos para a paisagem cultural e natural.
8. A Secretaria do MAB deveria investigar e desenvolver propostas sobre formas de utilização das Reservas da Biosfera para a conservação e o desenvolvimento sustentável das atividades agrícolas, de maneira a aumentar a agro-biodiversidade.
Grupo de Trabalho 7 – Coordenação das Redes Nacionais de Reservas da Biosfera
Moderadora: Sra. Catherine Cibien (França)
O grupo de trabalho escutou as apresentações realizadas pelas Sras. Catherine Cibien (França) e María Herrera (Cuba), e dos Srs. Nianyong Han (China), Charles Roberge (Canadá), R.K. Rai (India), Vladimir Voloshyn (Ucrânia) e Heorhi Kazulka (Belarus).
As apresentações demonstraram que as estruturas de coordenação em âmbito nacional precisam de apoio, em términos financeiros, assim como de recursos humanos; um apoio que se identifica como seu e constante. Para poder assumir seus deveres essenciais a serviço das redes de Reservas de Biosfera nacionais, acrescenta-se:
O núcleo da implantação da Estratégia de Sevilha é a existência de Reservas da Biosfera bem sucedidas, isto é, onde não somente se declare o conceito de Reserva da Biosfera, mas também que se coloque em prática. Isto significa que as Reservas da Biosfera individuais precisam de um apoio adequado desde as estruturas de apoio/coordenação nacionais como as internacionais que, por sua vez, precisam mobilizar o apoio necessário para permitir o cumprimento de seus mandatos. Somente se pode conseguir uma interação contínua e positiva entre a) as Reservas da Biosfera, b) as estruturas e/ou mecanismos de coordenação nacional e c) a Secretaria do MAB e as redes regionais caso existam estruturas nacionais fortes e ativas.
Finalmente ressaltou-se que o simples fato de fazer parte de uma rede deveria gerar vantagens para as Reservas da Biosfera individuais.
Recomendações:
1. Os coordenadores das Reservas da Biosfera deveriam estar intimamente associados com a estrutura nacional de coordenação.
2. No caso dos lugares nomeados como Reservas da Biosfera, o Comitê Consultivo para estas deveria verificar que estejam indicados com clareza os planos ou estratégias de apoio financeiro ou humano para assim garantir sua ligação com as estruturas e/ou mecanismos nacionais de coordenação. (Também deveria utilizar este critério quando as estruturas nacionais sejam revisadas). Espera-se que, através deste processo de comprovação, os países se sintam estimulados a (voltar a) comprometer-se, em particular ao examinar a situação de suas redes nacionais sob o prisma dos indicadores da implantação da Estratégia de Sevilha.
3. A Secretaria deveria ajudar aos Estados Membros a identificar e apresentar propostas a agências potenciais doadores/financeiros para obter o apoio que permita o estabelecimento e a coordenação de uma rede nacional de Reservas da Biosfera e também projetos específicos em suas Reservas da Biosfera.
4. Deveriam estimular as estruturas nacionais de coordenação para que troquem e/ou compartilhem seu material e recursos humanos (sobre uma base bilateral ou multilateral).
Grupo de Trabalho 8 – Impacto da Revisão Periódica
Moderador: Sr. Martin Price
O Grupo de Trabalho 8 debateu como o processo de revisão periódica contemplado pelo Artigo 9 do Marco Estatutário contribuiu para o fortalecimento da Rede Mundial de Reservas da Biosfera. Para guiar este debate, o moderador realizou uma apresentação geral na Sessão Plenária e também explicou a experiência em seu país, o Reino Unido, o que levou a uma nova discussão geral de todas as Reservas da Biosfera do Reino Unido, e, como consequência, a melhora da participação de tal país na Rede.
O trabalho do grupo começou com cinco apresentações sobre as experiências nacionais, realizadas pelas Sras. Alicia Toribio (Argentina) e Alicia Breymeyer (Polônia), e os Srs. Effendy Sumardja (Indonesia), Engelbert Ruoss (Suiça), Mohammed Ayyad (Egito). Ressaltou-se a importância do processo de revisão periódica como meio para melhorar a consciência e o apoio para as Reservas da Biosfera, e para melhorar seu funcionamento como lugares onde possam demonstrar enfoques de desenvolvimento sustentável na escala regional. Também recebeu grande apoio a importância de perceber as Reservas da Biosfera como entidades dinâmicas que podem estar sujeitas a avaliações contínuas com relação a suas políticas de conservação e de uso do território.
Recomendações:
1. O processo de desenvolvimento de uma revisão periódica deveria ser utilizado como oportunidade de fortalecer o apoio às Reservas da Biosfera e aumentar a consciência das agências nacionais, das ONGs e outros agentes. Para cada Reserva da Biosfera, os agentes locais deveriam se envolver de forma ativa no processo de revisão.
2. O objetivo principal da revisão consiste em garantir que cada Reserva da Biosfera cumpra de maneira efetiva as três funções de uma Reserva da Biosfera, que tenham o potencial para fazê-lo, inter alia através de uma organização institucional efetiva e sólida. Para tanto, as revisões deveriam prestar uma particular atenção ao aspecto institucional.
3. O processo de desenvolvimento de uma revisão periódica deveria ser interativo e envolver pelo menos ao/aos coordenador(es) da(s) Reserva(s) da Biosfera incluídas e ao Comitê Nacional ou ponto focal. Quando for apropriado, também deveria organizar uma oficina multidisciplinar de peritos/científicos (incluindo aos coordenadores de outras Reservas da Biosfera do país) como parte do processo. Quando for possível, devem organizar visitas de campo para contribuir ao processo e reforçar o compromisso local.
4. O processo também deveria facilitar novas diretrizes de políticas do país envolvido, para a melhora/expansão da Reserva da Biosfera existente e para a seleção de outras novas.
5. As Reservas da Biosfera são entidades dinâmicas com relação as políticas, a gestão, aos usos do território e à conservação. Deveriam desenvolver conjuntos de indicadores qualitativos e/ou quantitativos para cada Reserva da Biosfera, que deveriam ser aplicados, em colaboração com os agentes locais, como ferramentas de avaliação contínua do êxito da Reserva da Biosfera na realização de suas funções. Estes indicadores de progresso deveriam ser fácil de usar, econômico e rápido.
6. A Secretaria do MAB deverá oferecer apoio para a complicação, difusão e a análise crítica das experiências nacionais para o processo de revisão, possivelmente através de oficinas. A Secretaria do MAB, incluindo as oficinas nacionais da UNESCO, também deveria oferecer seu apoio, quando solicitado, para preparar revisões e implantar as recomendações.
7. Para melhorar a continuidade das recomendações sobre as revisões periódicas, a Secretaria deveria solicitar que se oferecesse, em tempo da reunião do Comitê Consultivo, a informação sobre as medidas tomadas.
Grupo de Trabalho 9 – Vinculação Entre As Reservas Da Biosfera e a Tomada de Decisões em Âmbito Nacional
Moderador: Sr. Jürgen Nauber (Alemanha)
Para facilitar o debate, o grupo de trabalho primeiro escutou os cinco casos nacionais apresentados pela Sra. María Herrera (Cuba), o Sr. Jung Kyun Na (República da Coréia), o Sr. Wilson Torres Espinosa (Equador), o Sr. Timo Hokkanen (Finlândia) e o Sr. Jürgen Nauber (Alemanha). O debate enriqueceu-se com a apresentação da experiencia nacional de outros participantes. O Grupo de Trabalho observou que, em âmbito nacional, quem toma as decisões ainda não apreciam o suficiente o conceito de Reserva da Biosfera, por diferentes motivos. Para melhorar esta situação, o grupo de trabalho fez as seguintes recomendações.
Recomendações:
1. Os Comitês Nacionais do MAB deveriam, com ajuda da Secretaria, esclarecer os valores incorporados pelas Reservas da Biosfera, e seus produtos para um desenvolvimento social e oferecer aos responsáveis pela tomada de decisões em âmbito nacional uma definição mais clara dos serviços, produtos e ferramentas do MAB para o desenvolvimento sustentável. Para tais, inclue-se assessoria científica, experiência técnica, assistência na resolução de conflitos e construção de capacidades. També é necessário enfatizar o papel que as Reservas da Biosfera podem desempenhar para aliviar a pobreza nos países em desenvolvimento. Na sociedad e através do comprometimento dos habitantes locais, as Reservas da Biosfera oferecem oportunidades aos jovens e às mulheres, para que participem nos assuntos ambientais.
2. A Secretaría deveria ajudar aos governos a desenvolverem políticas nacionais claras sobre as Reservas da Biosfera, levando em conta os contextos e condições nacionais e, caso se solicite, aconselharia em temas de status legal adequado para as Reservas da Biosfera.
3. A Secretaria e os Comitês MAB Nacionais deveriam formular estratégias de comunicação e marketing para as Reservas da Biosfera que analisem todos os setores e oferecem ações de continuidade específicas. Nesse esforço se deveria prestar atenção especial aos meios de comunicação.
4. Os Comitês MAB Nacionais desempenham um papel chave na promoção de ligações entre as Reservas da Biosfera e a tomada de decisões nacionais. Para isso, os Comitês MAB Nacionais deveriam melhorar ainda mais seu status em âmbito nacional e incluir representantes nos grupos da tomada de decisões a todos os néveis, incluindo os coordenadores/facilitadores das Reservas da Biosfera. Neste contexto, os países que carecem de um Comitê Nacional deveriam dar os passos necessários para estabelecê-lo.
5. Os Comitês MAB Nacionais, com ajuda da Secretaria, deveriam desenvolver atividades que aumentem o grau de conscientização e uma sensação de pertencer e orgulho entre aqueles que tomam as decisões em suas Reservas da Biosfera, em particular através de atividades de intercâmbio internacionais entre Reservas da Biosfera. Para isso, a Secretaria deveria estabelecer um esquema de intercâmbios internacionais para jovens professionais e voluntários, para trabalhar nas Reservas da Biosfera.
6. Os Comitês MAB Nacionais deveriam exercer um papel mais ativo no desenvolvimento de estratégias nacionais para um desenvolvimento sustentável. Em particular, os Comitês MAB Nacionais deveriam fomentar as Reservas da Biosfera como um instrumento necessário para os governos, para cumprir suas obrigações estabelecidas nos acordos ambientais internacionais.
7. A Secretaria deveria cooperar de forma ativa com as Secretarias dos acordos ambientais internacionais para promover as Reservas da Biosfera como instrumentos para sua implantação.
Grupo de Trabalho 10 – A Educação, a Tomada de Consciência e a Formação Como Suportes das Reservas Da Biosfera
Moderador: Sr. B.A. Ola-Adams (Nigéria).
As seguintes pessoas apresentaram: o Sr. Vladimir Pichelev (Federação Russa), o Sr. Kallie Naude (África do Sul), o Sr. Juan Miño (Espanha), a Sra. Boshra Salem (Egito), o Sr. Jean Ngog Nje (ERAIFT) e o Sr. Peter Bridgewater (Secretaria do MAB)
Os debates que ocorreram após as apresentações se concentraram em cinco temas:
Com relação a esses temas o Grupo de Trabalho preparou as seguintes recomendações.
Recomendações:
1. As Reservas da Biosfera deveriam conectar-se através de redes de informação e trocar informações sobre educação e conscientização pública a partir das redes regionais e a rede mundial.
2. Sempre deveriam desenvolver os programas educativos e de conscientização através de uma comunicação bilateral. Tais programas deveriam ser implantados no campo e em âmbito nacional, incluindo esforços inter alia para divulgar a informação científica produzindo programas de televisão, filmes, livros e folhetos ilustrados adequados. Deveria desenvolver-se um manual de educação ambiental para ser utilizado em todos os niveles da educação, como ajuda para os coordenadores das Reservas da Biosfera.
3. Deveriam aplicar uma variedade de métodos educativos e de conscientização pública, além de adaptar os métodos e conteúdos aos diferentes grupos diana e a suas diferentes necessidades.
4. O status da Reserva da Biosfera oferece a oportunidade de desenvolver uma consciência ambiental e promover a distribuição equitativa das vantagens econômicas ou sociais atuais e potenciais. Essa conscientização e vantagens deveriam ser promovidas.
5. Sugeriu-se que os coordenadores das Reservas da Biosfera, os comitês nacionais e a Secretaria do MAB deveriam:
6. Deveriam organizar seminários no contexto das Reservas da Biosfera para reunir aos cidadãos, aos grupos profissionais, aqueles que fazem política, as agências governamentais e as ONGs para que compartilhem idéias, preocupações comuns, métodos e as técnicas necessárias para fomentar a tomada de consciência ambiental, o desenvolvimento sócio-econômico e a equidade. Esses seminários também devem identificar os papéis específicos que poderiam adotar as pessoas para fortalecer a coordenação e a cooperação e ajudar desta forma para a melhoria da consciência pública ambiental e promover o conceito de Reserva da Biosfera.
Recomendações para o Estabelecimento e Funcionamento de Reservas da Biosfera Transfronteiriças
Dado que as fronteiras nos Estados são políticas e não ecológicas, os ecossistemas aos poucos se estendem atravessando fronteiras nacionais, podem estar sujeitos a gestões e práticas da utilização de territórios diferentes ou contraditórios. As Reservas da Biosfera Transfronteiriças (RBT) oferecem uma ferramenta para uma gestão comum. Uma RBT é um reconhecimento oficial em âmbito internacional por uma instituição da ONU com vontade política de cooperar na conservação e no uso sustentável através de uma gestão comum de um ecossistema compartilhado. Também representa o compromisso de dois ou mais países em aplicar juntos a Estratégia de Sevilha para as Reservas da Biosfera e seus objetivos. Corresponde a um crescente reconhecimento do que é correto, o que resulta no enfoque do ecossistema para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade.
As recomendações apresentadas abaixo referem-se ao estabelecimento de RBTs, das medidas que podem ser tomadas para responder as do MAB e, em particular, as metas da Estratégia de Sevilha de modo a garantir uma RBT realmente funcional. Não obstante, se deveria lembrar que mesmo que a Reserva da Biosfera ofereça um marco geral de ação em uma localização transfronteiriça, as situações do mundo real variaram muito de um lugar a outro, o que requer uma flexibilidade maior que a de um contexto nacional.
O processo que leva à designação oficial de uma RBT pode incluir muitas formas de cooperação e coordenação entre as áreas existentes em qualquer um dos lados da fronteira que servem como base para formalizar a proposta da RBT e que deveriam ser fomentadas.
Procedimento para o estabelecimento de uma RBT
Até agora, todas as RBTs foram estabelecidas como Reservas da Biosfera independentes em países individuais antes de serem designadas como uma RBT. Contudo, se prevê que, no futuro, os países comprometidos estabeleçam RBTs conjuntas em um único passo. Em ambos casos, o objetivo final deveria contar com uma Reserva da Biosfera funcional.
Nestes diferentes cenários, recomendam-se os respectivos procedimentos:
Funcionamento da RBT
Entre as medidas recomendadas para conseguir que a RBT funcione efetivamente, deveriam priorizar-se as seguintes:
Mecanismos Institucionais
A RBT não funcionará sem uma estrutura conjunta dedicada para sua coordenação. Mesmo que essa estrutura varie muito de uma RBT a outra, os seguintes pontos podem ser recomendados:
O enfoque ecossistêmico, é uma forma de trabalhar com a natureza, uma estrutura de trabalho fundamental, elaborada pela Convenção da Diversidade Biológica, com definição, princípios e diretrizes operacionais. É uma estratégia para a gestão integrada de terras, águas e recursos vivos pela qual se busca promover a conservação e a utilização do ambiente de forma sustentada e de modo eqüitativo. Esse enfoque ecossistêmico tem doze princípios e cinco diretrizes operacionais para a sua aplicação. Vale registrar que tais princípios e diretrizes tiveram apoio da UNESCO no seu desenvolvimento. Portanto, dada a proximidade com a filosofia das reservas da biosfera, o Programa MaB os incluiu entre as diretrizes fundamentais para a gestão das reservas.
Esses PRINCÍPIOS, complementares e mutuamente relacionados, que devem ser tomados em conjunção, formando um todo, são:
Os diferentes setores da sociedade vêm os ecossistemas com base em suas próprias necessidades econômicas, culturais e sociais. As comunidades indígenas ou locais são importantes atores sociais, em relação aos interesses da gestão de tais recursos, e seus direitos e interesses devem ser reconhecidos e respeitados. Deve-se considerar que tanto a diversidade cultural como a biológica são componentes importantes e centrais do ‘enfoque ecossistêmico’. Os ecossistemas devem ser geridos tanto por seus valores intrínsecos como pelos benefícios humanos tangíveis e intangíveis, de maneira justa e eqüitativa.
Uma mesma área –como uma montanha, uma floresta ou um pântano– pode ser considerada como um local sagrado, um símbolo histórico, uma fonte de recursos, através da caça ou coleta, ou até um local assustador ou propício ao avanço da agricultura. Essas visões são distintas porque os diferentes grupos sociais as vêm segundo suas culturas, necessidades econômicas ou até distorções provocadas por propagandas com interesses menos públicos. Ainda que algumas das perspectivas devam ser depuradas, a diversidade cultural é, em princípio, benéfica, e pode ser composta com conhecimentos e enfoques complementares.
Além de contemplar os diferentes interesses, as comunidades locais têm sido cada vez mais consideradas –em seus conhecimentos e suas práticas de gestão e manejo. Esses dados estão sendo aplicados na gestão de reservas da biosfera ou utilizados no estabelecimento de modelos que reconheçam a gestão comunitária. Essa consideração se justifica, tanto pelo maior conhecimento que a proximidade traz a essas comunidades, como pelo fato de que esse ator social, muitas vezes, foi menos considerado no passado.
Finalmente, há que se levar em conta que, ainda que os valores pelos quais uma área é reconhecida como importante nos níveis nacional ou internacional sejam específicos, a gestão dessa área com algum sucesso depende do envolvimento dos atores sociais mais próximos, o que leva a consideração de outros e, possivelmente mais amplos, valores.
Sistemas descentralizados podem levar à maior eficiência, maior efetividade e maior eqüidade. O manejo deve envolver todos os atores sociais interessados [v.] (stakeholders [v.]) e equilibrar os interesses locais com os interesses públicos maiores. Quanto mais perto do ecossistema é feita a gestão, maior a responsabilidade, o sentido de apropriação, a possibilidade de prestação de contas, a participação e o uso do conhecimento local.
Intervenções em ecossistemas comumente têm efeitos desconhecidos ou imprevisíveis sobre outros ecossistemas. Por isso, é preciso considerar e analisar cuidadosamente os possíveis impactos. Para isso, talvez seja necessário rever aspectos organizacionais das instituições envolvidas nas decisões, ou adotar novos modelos, no sentido de tomar os compromissos apropriados, na medida da sua necessidade.
As maiores ameaças à diversidade biológica provêm da sua substituição por outros tipos de ocupação territorial. E isso, muitas vezes, é provocado por distorções do mercado [v.], que sub-valoriza os sistemas naturais e promove incentivos e subsídios negativos (ou perversos) para a conversão no sentido de sistemas menos diversos. É comum que aqueles que se beneficiam da conservação da natureza [v.] não paguem os custos a ela associados; assim como aqueles que geram os custos ambientais não arquem com as responsabilidades conseqüentes. Melhores incentivos permitem que aqueles que cuidam dos recursos possam também aproveitar seus benefícios e os que os degradam possam pagar por isso. [Ver ‘incentivos perversos e distorções do mercado’].
O funcionamento e a resiliência dos ecossistemas dependem de relações dinâmicas entre as espécies e da relação destas com seu ambiente abiótico, assim como das interações físicas e químicas com o ambiente. A conservação e a restauração dessas interações e processos é da maior importância e significado para a manutenção em longo prazo da diversidade biológica (mais que a proteção de espécies singulares).
Ao considerar a possibilidade ou facilidade de atendimento dos objetivos da gestão, a atenção deve ser voltada às condições ambientais que limitam a produtividade natural e a estrutura, funcionamento e diversidade dos ecossistemas. Os limites do funcionamento dos ecossistemas podem ser afetados em diferentes graus por condições temporárias, imprevisíveis ou artificialmente mantidas. Por isso, a gestão deve ser adequadamente cautelosa.
Esse enfoque deve ser considerado nas escalas espaciais e temporais apropriadas aos objetivos específicos. Os limites da gestão e do manejo devem ser definidos operacionalmente pelos usuários, gestores, cientistas e comunidades indígenas e locais. O ‘enfoque ecossistêmico’ é baseado na hierarquia natural da diversidade biológica, caracterizada pela interação e integração entre genes, espécies e ecossistemas.
Os processos dos ecossistemas se caracterizam por escalas temporais variáveis e efeitos retardados. Isso inerentemente conflita com a tendência da humanidade de priorizar ganhos no curto prazo e benefícios imediatos, em relação aos futuros.
Os ecossistemas mudam, são dinâmicos, tanto em termos de composição de espécies como da abundância das populações. Assim, a gestão deve se adaptar às mudanças.
Além da inerente dinâmica das suas mudanças, os ecossistemas são submetidos, de tempos em tempos, a conjuntos complexos de incertezas e potenciais ‘surpresas’ nos campos humano, biológico e ambiental. Regimes e distúrbios ‘tradicionais’ podem ser importantes para o funcionamento e estrutura dos ecossistemas, e talvez precisem ser mantidos ou restaurados.
O ‘enfoque ecossistêmico’ deve utilizar uma gestão adaptativa no sentido de se antecipar ou prover esse tipo de mudanças e eventos. Deve, ainda, tomar cuidado com qualquer decisão que possa fechar opções futuras, ao mesmo tempo em que precisa considerar ações mitigadoras que permitam enfrentar as mudanças de longo prazo, como as mudanças climáticas.
A diversidade biológica é importante, tanto pelos seus valores intrínsecos, como por seu papel chave em prover a existência dos ecossistemas e serviços ambientais dos quais, no final, todos dependemos. No passado, havia uma tendência em gerir a diversidade biológica segundo sua proteção ou não. Agora, há necessidade de caminhar para situações mais flexíveis e adaptáveis de gestão, nas quais a conservação e o uso da natureza sejam vistos dentro de cada contexto e uma ampla gama de medidas seja aplicada – incluindo desde a proteção mais restrita até os ‘ecossistemas produzidos pela humanidade’.
É fundamental que informações originárias de diferentes tipos de fontes alimentem a formulação e implementação de estratégias efetivas de gestão dos ecossistemas. É desejável que se obtenha um conhecimento muito maior das funções dos ecossistemas e dos impactos do uso humano. Todas as informações relevantes de qualquer área relativa a tais aspectos devem ser compartilhadas com todos os atores sociais interessados (stakeholders) (levando em consideração, entre outras, que qualquer decisão deve ser tomada sob as definições do Artigo 8j da Convenção da Diversidade Biológica ). Os pressupostos que existem por trás das decisões relativas à gestão, que sejam tomadas ou propostas, devem ser explicitados e verificados em relação aos conhecimentos disponíveis e às visões dos ‘atores sociais interessados’ (stakeholders).
A maioria dos problemas relativos à gestão da diversidade biológica é complexa, com muitas interações, efeitos colaterais e outras implicações. Esta deve envolver, portanto, toda a capacitação, especialização e experiência (e de diferentes tipos), e todos os ‘atores sociais interessados’, nos níveis local, nacional, regional e internacional, conforme seja apropriado.
No sentido da aplicação desses doze princípios, foram definidas as cinco seguintes DIRETRIZES OPERACIONAIS:
Os componentes da biodiversidade controlam fluxos de energia, água e nutrientes, além de possibilitar a resiliência. É importante reconhecer que muitos conhecimentos ainda são necessários para obter respostas mais completas. Entre eles, destacam-se aqueles importantes para um melhor entendimento sobre: resiliência dos ecossistemas e os efeitos da perda de biodiversidade (incluindo os níveis de espécies e genético) e da fragmentação dos habitats; causas de fundo (underlying causes) da perda da biodiversidade; determinantes da diversidade biológica nas decisões de gestão e manejo. A biodiversidade funcional nos ecossistemas provê muitos produtos e serviços de importância social e econômica. No entanto, se o foco da gestão deve ser dirigido por esse entendimento, ao mesmo tempo, a gestão não pode esperar. E o ‘enfoque ecossistêmico’ pode prover alternativas práticas aos gestores, incluindo as comunidades locais e os formuladores de políticas públicas nacionais.
Há vários benefícios (produtos e serviços ‘ambientais’) que advêm das funções dos ecossistemas (providas pela sua diversidade biológica), os quais são a base da segurança e da sustentabilidade ambiental da humanidade.
Além de ser fundamental que tais benefícios sejam distribuídos eqüitativamente, em particular junto aos responsáveis por sua produção e manejo, o ‘enfoque ecossistêmico’ deve contribuir para que isso ocorra, conjuntamente com a manutenção ou restauração das funções dos ecossistemas.
Isso requer, entre outros aspectos: fortalecimento institucional, sobretudo no nível das comunidades locais que manejam a natureza [local communities managing biological diversity in ecosystems]; valoração adequada dos serviços e produtos dos ecossistemas, incluindo a remoção de incentivos perversos que os desvalorizam e a sua substituição por incentivos para boas práticas, onde apropriado e de acordo com a Convenção da Diversidade Biológica.
Os processos e as funções dos ecossistemas são complexos e variáveis. E o nível das incertezas cresce diante da interação com as construções e elementos sociais (social constructs), as quais necessitam ser mais bem compreendidas. Dessa forma, a gestão da natureza, com seus ecossistemas (ecosystem management) deve incluir um processo de aprendizagem –que ajude a adaptar as metodologias e procedimentos utilizados em sua gestão, manejo e monitoramento, para formas mais adequadas. Os programas de implementação e gestão deveriam ser projetados para serem ajustáveis ao inesperado, mais do que atuar com base somente em crenças nas certezas. Mas a gestão da natureza (ecosystem management) necessita reconhecer que a diversidade social e cultural é fator que afeta o uso dos recursos naturais.
Assim –de forma similar ao apresentado acima–, há necessidade de flexibilidade também em relação a estes aspectos na formulação de políticas e em sua implementação. Ou seja, as decisões de longo prazo que forem inflexíveis acabarão, provavelmente, por se mostrar inadequadas, se não destrutivas. A gestão da natureza deve ser vista como um experimento em longo prazo, que é construído no processo, a partir da re-introdução dos seus resultados parciais e progressivos. Esse sistema de ‘aprender-fazendo’ (‘learning-by-doing’) serve também como importante fonte de informação para ganhar conhecimento e capacidade de como melhor monitorar os resultados da gestão e avaliar se os objetivos e metas são alcançados ou não. Assim, é necessário também reforçar capacidades de monitoramento (como parte do ciclo-processo de avaliação-planejamento-gestão).
Ecossistemas são unidades funcionais que podem ser identificadas ou operar em qualquer escala, dependendo do tema de trabalho ou do problema a ser resolvido. Esse entendimento deve direcionar a definição do nível para as decisões correspondentes. Em geral, este enfoque deve levar a uma descentralização ao nível das comunidades locais. Essa descentralização, no entanto, requer um adequado fortalecimento dos envolvidos, o que lhes coloca tanto a oportunidade de assumir responsabilidades como a capacidade de desenvolver as ações apropriadas. Mas isso necessita de políticas e legislação que as suporte e viabilize.
Quando recursos de propriedade (lato sensu) comum estão envolvidos, as escalas apropriadas para as decisões de gestão e ação devem ser grandes o suficiente para envolver os efeitos das práticas dos diferentes atores sociais envolvidos. Mas as instituições também precisam estar adaptadas a esse tipo de processo de decisão e, quando necessário, de resolução de conflitos. Alguns problemas e temas podem ainda necessitar ações em níveis mais altos, por exemplo, no caso da cooperação transfronteiriça, ou até a cooperação em nível global.
Como uma estrutura de trabalho fundamental para ações (sob a Convenção da Diversidade Biológica), o ‘enfoque ecossistêmico’ deve ser considerado completamente no desenvolvimento e revisão de estratégias nacionais e planos de ação relativos a conservação, uso sustentado e produção do conhecimento sobre a natureza e sua diversidade biológica.
Há necessidade de integrar esse ‘enfoque ecossistêmico’ na gestão dos setores como agricultura, pesca, exploração florestal e outros sistemas que tenham algum efeito na biodiversidade. A gestão dos recursos naturais, de acordo com o ‘enfoque ecossistêmico’, demanda uma maior comunicação e cooperação intersetorial em vários níveis (ministérios, agências governamentais, etc.). Isso pode ser promovido, por exemplo, pela formação de instâncias interministeriais nos governos ou a criação de redes de trabalho para intercâmbios de informação e experiência.
A estratégia do Programa MaB para 2015-2025 é o mais recente planejamento de longo prazo para os integrantes do programa, tendo sido aprovada na Conferência Geral da UNESCO, em 17 de setembro de 2015. A estratégia estabelece a visão e missão do Programa MaB, , bem como os quatro objetivos estratégicos a serem observados nos níveis global, regional e local.
Visão
Nossa visão é um mundo onde as pessoas estão conscientes do seu futuro comum e da interação com o nosso planeta, e atuem coletivamente e de forma responsável para construir sociedades prósperas em harmonia com a biosfera.
Nossa missão para o período 2015-2025 é a seguinte:
• desenvolver e fortalecer modelos de desenvolvimento sustentável no WNBR;
• comunicar as experiências e lições aprendidas, facilitando a difusão global e aplicação desses modelos;
• apoiar avaliação e a gestão de alta qualidade, planos, estratégias e políticas de desenvolvimento sustentável, bem como instituições responsáveis e resilientes;
• ajudar os Estados-Membros e as partes interessadas para atender urgentemente as metas de desenvolvimento sustentável através de experiências do WNBR, nomeadamente através de explorar e testar políticas, tecnologias e inovações para a gestão sustentável da biodiversidade e dos recursos naturais e mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Objetivos Estratégicos para 2015-2025
Os Objetivos Estratégicos do MAB para 2015-2025 derivam diretamente das três funções das reservas da biosfera identificadas no marco estatutário para a WNBR e do desafio global das mudanças climáticas, identificadas no Plano de Ação de Madrid para Reservas da Biosfera. Estes objectivos estratégicos são:
1a REUNIÓN VIRTUAL DE LA RED IBEROMaB
28 de mayo de 2020
Se llevó a cabo la 1a Reunión Virtual de la Red IBEROMaB con la participación de 83 representantes de los comités nacionales, puntos focales, miembros de las oficinas UNESCO de Cuba, Quito, Lima, México, San José, Brasilia, Kingston y Montevideo y del Secretariado de El Programa MaB. Fue una reunión que mostró ser útil como herramienta para el trabajo de la Red, que puede facilitar la comunicación y la cooperación cotidiana entre los países miembros y entre las reservas de biosfera.
La agenda tuvo un carácter informativo y de seguimiento de los acuerdos y de los avances de los grupos de trabajo propuestos durante la XVIII Reunión de la Red realizada en Santa Marta Colombia en 2018. La reunión puso de manifiesto que en estos dos últimos años la Red organizó y llevó a cabo numerosas actividades, entre las que destacan los resultados de los grupos de trabajo a) para la formación de comités nacionales, b) para promover la participación de los jóvenes en la Red IberoMaB, c) para incorporar a la población indígena asentada en las reservas o zonas aledañas y d) para proponer alternativas para la equidad de género.
También se impartieron seminarios y se elaboraron publicaciones como parte del Programa de Información y Capacitación para Gestores, que apuntalaron y fortalecieron dos aspectos que se juzgaron pertinentes y útiles para la región en su conjunto: el seminario de Gestión del Riesgo frente a las amenazas naturales de la Región Iberoamericana y de El Caribe: los espacios naturales protegidos como áreas de acción (México, 2018) y el seminario Hoja de ruta para la equidad de género en las Reservas de la Biosfera: Diagnóstico, transversalidad y construcción de capacidades de actuación (Guatemala, 2019).
Otro aspecto que refuerza el vigor de IberoMaB es el crecimiento de la Red. En este período se incorporaron 16 nuevas reservas, dos transfronterizas, se aprobaron 13 extensiones de otras tantas, para un total de 193 reservas en 27 países, los nuevos países que se unen a la red son Trinidad y Tobago y Aruba.
Aumentó la extensión total de las reservas de la red, pasó de 107.482.654,1 ha a más de 142.000.000 ha (sin sumar las RB de Bosques de Paz Ecuador/Perú) y la Selle (Haití/República Dominicana) porque las dos reservas que la forman ya estaban declaradas antes de 2016. El incremento de la superficie marina fue de 3.052.416,44 ha (aunque hay reservas nuevas que no separan superficies terrestres y marinas). Es destacable que el crecimiento de la red ocurrió principalmente en El Caribe, y que el aumento de la extensión se debe a la incorporación de vastos espacios marinos y que se incorporaron dos de las tres Reservas de Biosfera transfronterizas con que ahora contamos.
El conjunto de esfuerzos y resultados obtenidos muestran la clara y amplia visión con que cuenta IberoMaB, acerca de la situación actual del ambiente regional y sus perspectivas a corto y mediano plazo y de los temas claves que se deben apuntalar para lograr que esa visión se fortalezca (Acción Estratégica del PAI. “La Red Mundial de Reservas de la Biosfera es un modelo eficaz para el desarrollo sostenible”)
Esta visión nos señala algunos temas, alternativas y aspectos que tenemos que tener en cuenta como:
1. Los ecosistemas emergentes. El ambiente ha cambiado mucho en los últimos años, las nuevas condiciones han dado lugar a la organización de ecosistemas emergentes, que deben ser entendidos si pretendemos manejar la situación actual y futura de la biodiversidad.
2. La distribución de la biodiversidad en el medio urbano, rural y natural.
3. El cambio local, regional y global del uso del suelo y el cambio climático.
4. La importancia que tienen los procesos ecológicos de los ecosistemas y
paisajes para conservar y mantener la biodiversidad.
5. La trascendencia del conocimiento vernáculo como parte de la innovación
para el manejo y desarrollo de la naturaleza.
6. La importancia del paisaje para Integrar a los asentamientos urbanos, el
desarrollo rural y los sitios naturales.
Se perfilan alternativas y posibilidades para mejorar el manejo de las reservas de biosfera y para aumentar su influencia regional:
1. Promover el desplazamiento de las especies entre el campo, las áreas naturales y la ciudad
2. Realizar estudios y monitoreo de largo plazo para fortalecer las medidas de manejo y crear nuevas alternativas.
3. Hacer que la restauración ecológica sea la actividad focal de la investigación experimental en ecosistemas y paisajes.
4. Adaptar el modelo de reserva de biosfera al ambiente urbano y periurbano.
5. Consolidar la actividad de demostración de nuevos métodos de manejo,
restauración y sus aplicaciones.
6. Proponer alternativas para hacer que el crecimiento y el desarrollo urbano
sean sostenibles.
7. Contribuir a que el bienestar de la población sea más equitativo.
Para lograrlo se debe enfatizar:
1. El diálogo y el intercambio de conocimientos y saberes locales, vernáculos y científicos.
2. Mantener la diversidad de los sistemas naturales y transformados.
3. Mantener la diversidad a través de la activa movilidad de la diversidad
biológica y cultural en el territorio y en el tiempo.
4. Identificar las causas y los mecanismos de la resiliencia social y del paisaje.
5. Diseñar y construir paisajes sostenibles.
En este período se destacó la celebración del 1er Encuentro Centroamericano de Reservas de Biosfera en Copán Honduras en mayo de 2019, un evento de gran relevancia para consolidar los esfuerzos regionales de integración, mostrando las diferencias y las semejanzas de las reservas y los países de Centroamérica y así vislumbrar sus perspectivas comunes.
En este año 2020, una epidemia se convirtió con rapidez increíble en pandemia, exponiendo las deficiencias de los sistemas de salud y la microeconomía existentes en los países y los sectores sociales y culturales poniendo en tela de juicio los planes nacionales de desarrollo, debido a la complejidad de la cultura urbana, a la incoherencia social, a las desigualdades culturales y de género, a la ingobernabilidad de las ciudades y al aislamiento ambiental en que vive la población urbana. También resaltó el efecto negativo que tiene el sistema actual de producción y consumo de alimentos y bienes en la relación entre la ciudad y el campo.
A pesar de que se sabe y acepta que la transformación antropogénica de la biosfera ha pasado a través de la historia por diversos momentos, el tiempo del COVID-19 se perfila como uno de los más trascendentes.
Este es un momento crítico para la biosfera y la población humana de todo el planeta, es ahora cuando las reservas de biosfera deben y pueden tener un papel fundamental. Hoy más que nunca queda patente que resulta imprescindible echar mano de nuestra premisa “unir todas las manos y todas las voces para crear un mundo más equitativo y sustentable”.
Pero también es un momento para la reflexión, ante la pobre respuesta de las organizaciones públicas y privadas que gobiernan a la sociedad, que ocasionará cambios a escala local, nacional, regional y global de carácter económico y social con fuerte repercusión ambiental.
En esta “nueva realidad”, como han dado por llamarla los medios, las reservas de biosfera pondrán a prueba ideas, proyectos y experiencias que tienen las reservas acerca de la diversidad y el desarrollo razonable y equitativo, que han desarrollado en las últimas décadas.
La pandemia del COVID-19, tendrá una fuerte repercusión en el presente y el futuro de la biosfera. A este respecto, la Red de Comités, Puntos Focales y Reservas de Biosfera de Iberoamérica y El Caribe, IberoMaB, una red regional, que es parte de la Red Mundial de Reservas de Biosfera del Programa MaB de la UNESCO declara que:
1. La epidemia se convirtió en pandemia en unos cuantos meses debido a la globalización de la economía y a la profusión de densos núcleos de población urbana.
2. La epidemia puso en entredicho el concepto y los logros del actual el concepto del bienestar humano, mostrando que se basa únicamente en el incremento del consumo.
3. La epidemia mostró la fragilidad, inconsistencia y sesgo social de la producción y del acceso diferencial que tienen los distintos sectores sociales a los alimentos, la salud, la sanidad y la educación.
4. La epidemia destacó que la población no dispone ni tiene acceso a los medios y a las previsiones para enfrentar las causas y las consecuencias de la pandemia.
5. La epidemia ahondó las diferencias que existen entre los sectores de la sociedad rural y urbana y de estos entre sí.
6. La epidemia destacó el potencial de las comunidades campesinas, los pueblos indígenas y afrodescendientes para mantener su organización y autosuficiencia aún en los momentos críticos.
7. La pandemia es un precedente para que las empresas, la iniciativa privada y las instituciones de la administración pública y otros actores claves reconozcan y apoyen a las Reservas de Biosfera en su esfuerzo por proteger y mantener numerosos ecosistemas y recursos naturales, claves para el buen estado del ambiente y para impulsar actividades productivas locales y regionales sustentables.
Para enfrentar esta situación distintos gobiernos e instituciones internacionales han propuesto implícitamente:
1. Que la única vía para recobrar la forma de vida anterior, es la inmediata recuperación del modelo de producción y consumo prevaleciente antes de la pandemia.
2. Que la recuperación económica y social de corto y largo plazo depende de los recursos naturales del medio ambiente.
Las consecuencias de esta estrategia a corto y mediano plazo son:
1. Un incremento de la producción de pocas especies de plantas y animales (monocultivos).
2. Una ampliación de la extensión actual de terreno cultivado.
3. Una disminución de la cubierta forestal; deforestación y fragmentación.
4. Una mayor acumulación de agroquímicos y pérdida de fertilidad en el suelo y en el agua dulce, salobre y marina.
5. Una mayor alteración del hábitat de especies silvestres y cultivadas y la desarticulación de los ciclos y procesos ecológicos de renovación natural.
6. La simplificación de la diversidad biológica y cultural (pérdida del conocimiento tradicional y vernáculo).
Frente a este escenario las Reservas de Biosfera:
1. Son una de las mejores alternativas disponibles para encontrar nuevas vías para el desarrollo basadas en las condiciones biofísicas y culturales del territorio y en la dinámica de los ciclos naturales.
2. Se caracterizan por un diseño (núcleo, amortiguamiento y transición) que se adapta a casi cualquier condición del territorio y distribución de la biodiversidad en los sistemas naturales y transformados por los asentamientos humanos; facilita el intercambio de saberes, la reflexión colectiva y la innovación.
3. Mantienen una constante comunicación entre sí a través de la Red IberoMaB y de la Red Mundial de Reservas de Biosfera y comparten Planes de Acción (Plan de Acción de Lima y Plan de Acción de IberoMaB), lo que crea entre ellas una potente sinergia de conocimiento y experiencia.
4. Poseen un acervo documental importante, valiosas colecciones biológicas y la mayor diversidad biológica y cultural preservada hasta la actualidad en áreas protegidas.
5. Son un invaluable foro de participación colectiva para la resolución de los conflictos surgidos entre los sectores que planifican y coordinan el futuro de la reserva.
La Red IberoMaB declara que:
1. Estamos en un periodo crítico para la biosfera y para el planeta.
2. Las Reservas de Biosfera tienen el potencial para dar respuestas y aportar soluciones
innovadoras basadas en la naturaleza que integren a la población rural y urbana en una
visión común del medio ambiente, la diversidad y el bienestar.
3. Para lograrlo las reservas de Iberoamérica y El Caribe se proponen:
4. Dar a conocer ampliamente sus posibilidades para crear en su entorno perspectivas de
cambio e innovación de la relación entre la sociedad y el medio ambiente, a escala local y
regional.
5. Empoderar a toda la comunidad, con énfasis en los grupos vulnerables, mujeres, pueblos
indígenas y jóvenes, ello para impulsar nuevas generaciones que contribuyan a la adecuación del diseño de la estructura y función de las reservas, para enfrentar exitosamente los cambios que se presenten en el futuro.
6. Gestionar apoyos y recursos externos para desarrollar sus iniciativas y demostrar sus resultados a través de proyectos de investigación científica y técnica para el desarrollo.
7. Estar informadas y presentes en los foros nacionales e internacionales de investigación biológica y social y humanidades de su competencia con el fin de dar a conocer sus logros y confrontar sus resultados con los especialistas.
8. Enriquecer y fortalecer con los planes de acción y de manejo de las reservas los planes de gobierno municipal, estatal y nacional en aspectos ambientales, de diversidad biológica y cultural y de desarrollo sustentable.
The COVID-19 pandemic will have a strong impact both on the present and future of the biosphere. In this regard, the Bureau of the Ibero-American and Caribbean Network of MAB Committees, Focal Points and Biosphere Reserves (IberoMAB), a regional network which forms part of the World Network of Biosphere Reserves of the UNESCO MAB Programme, affirms that:
1. The epidemic became a pandemic within a few months due to the globalization of the economy and the rapid growth of dense urban populations.
2. The epidemic challenged the concept and achievements of the current concept of human welfare, showing that it is based solely on increased consumption.
3. The epidemic highlighted the fragility, inconsistency and social bias of production, and the differentiated access that diverse social sectors have to food, health, sanitation and education.
4. The epidemic showed that the population does not have access to the media and forecasts to
address the causes nor consequences of the pandemic.
5. The epidemic deepened the differences both between and within the rural and urban sectors of
society.
6. The epidemic highlighted the potential of rural communities, indigenous peoples, and afro-
descendants to maintain their organization and self-sufficiency even in critical times.
7. The pandemic is precedent for companies, private initiative, and public administration institutions and other key actors to recognize and support biosphere reserves in their efforts to protect and maintain numerous ecosystems and natural resources, which are key for the healthy condition of
the environment as well as to promote sustainable local and regional productive activities.
To address this situation, several governments and international institutions have proposed implicitly:
1. That the only way to recover the previous way of life is the immediate recovery of the production and consumption model that prevailed before the pandemic.
2. That short and long-term economic and social recovery depends on the natural resources of the environment.
The consequences of this strategy in the short and medium term are:
1. An increase in the production of a few species of plants and animals (monocultures).
2. An extension of the current area of cultivated land.
3. A decrease in forest cover, deforestation and fragmentation.
4. Increased accumulation of agrochemicals and loss of fertility in the soil and in fresh, brackish and
marine water.
5. Further alteration of the habitat of wild and cultivated species and the disruption of ecological
cycles and processes of natural renewal.
6. The simplification of biological and cultural diversity (loss of traditional and vernacular
knowledge).
Under this scenario, biosphere reserves:
1. Represent one of the best alternatives available for finding new paths for development based on the biophysical and cultural conditions of the territory and the dynamics of natural cycles.
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2. Are characterized by a design (core, buffer and transition) that adapts to almost any territorial condition and distribution of biodiversity in natural systems and those transformed by human settlements, facilitating the exchange of knowledge, collective reflection and innovation.
3. Maintain constant communication with other biosphere reserves through the IberoMAB Network and the World Network of Biosphere Reserves and shared Action Plans (Lima Action Plan and IberoMaB Action Plan), creating powerful synergies of knowledge and experience.
4. Possess important historical documentation, valuable biological collections, and the greatest biological and cultural diversity preserved to date in protected areas.
5. Represent an invaluable forum for collective participation in the resolution of conflicts that arise between sectors responsible for planning and coordinating the future of the reserve.
The IberoMAB Network states that:
1. We are at a critical time for the biosphere and the planet.
2. Biosphere reserves have the potential to provide answers and innovative nature-based solutions
that integrate rural and urban populations as part of a common vision for the environment, diversity and well-being.
To achieve this, the biosphere reserves of Ibero-America and the Caribbean propose:
3. To widely disseminate their potential for creating within their environment prospects for change and innovation in the relationship between society and the environment, at both local and regional level.
4. Empower the entire community, with an emphasis on vulnerable groups, women, indigenous peoples and youth, to encourage new generations to contribute to improving the design of the structure and function of the reserves, and to successfully address changes that arise in the future.
5. Manage external support and resources to develop initiatives and demonstrate results through scientific and technical research projects for development.
6. Remain informed and present in national and international forums of biological and social research and the humanities in order to publicize their achievements and compare their results with specialists.
7. Use the action and management plans of biosphere reserves to enrich and strengthen local, regional and national government plans for environmental, biological and cultural diversity and sustainable development.
28 May 2020
The 1st Virtual Meeting of the IberoMAB Network was held with the participation of 83 representatives from national committees, focal points, members of the UNESCO offices in Brasilia, Cuba, Kingston, Lima, Mexico, Montevideo, Quito, San José and the MAB Secretariat. The meeting process proved to be a useful tool for the Network, facilitating communication and day-to-day cooperation between member countries and among biosphere reserves.
The meeting provided information and follow-up on agreements, as well as details concerning the progress of working groups proposed during the 18th Meeting of the Network held in Santa Marta, Colombia, in 2018. Over the last two years, the Network has organized and carried out numerous activities, including those undertaken by the working groups, notably to: (a) form national committees, (b) promote the participation of young people in the IberoMAB Network, (c) incorporate the indigenous population settled in the reserves or surrounding areas, and (d) propose alternatives for gender equity.
Seminars were also held and publications produced as part of the Information and Training Programme for Managers, which underpinned and strengthened two aspects deemed relevant and useful for the region as a whole: a seminar on “Risk Management in the face of natural hazards in the Ibero-American and Caribbean Region: Protected natural spaces as areas of action” (Mexico, 2018) and the seminar “Roadmap for Gender Equity in Biosphere Reserves: Diagnosis, mainstreaming and capacity building for action” (Guatemala, 2019).
The strength of IberoMAB has been reinforced by the expansion of the Network. Over the recent period, 16 new reserves were incorporated, two of which are transboundary, and 13 extensions were approved, making a total of 193 reserves in 27 countries. Trinidad and Tobago and Aruba are due to join the network.
The total extension of the network’s reserves increased from 107,482,654.1 ha to 14,000,000 ha, excluding the Bosques de Paz Ecuador/Peru Biosphere Reserve and La Selle (Haiti/Dominican Republic), as the reserves that form it were designated prior to 2016. The increase in marine area amounted to 3,052,416.44 ha (although there are new reserves that do not separate land and marine areas).
It is noteworthy that the growth of the network occurred mainly in the Caribbean, and that the increase in extension is due to the incorporation of vast marine spaces.
The efforts and results obtained demonstrated IberoMAB’s clear and holistic vision for the current situation in the regional environment as well as the short and medium term perspectives and the key issues that must be addressed to achieve that vision (IPA Strategic Action. “The World Network of Biosphere Reserves is an effective model for sustainable development”)
This vision highlights a number of issues, alternatives and aspects that need to be taken into account:
1. Emergingecosystems–theenvironmenthaschangedalotinrecentyears. New conditions have led to the management of emerging ecosystems, which must be understood if we are to manage the current and future situation of biodiversity.
2. The distribution of biodiversity in the urban, rural and natural environment
3. Local, regional and global land use change, and climate change
4. The importance of ecological processes in ecosystems and landscapes in
terms of conserving and maintaining biodiversity.
5. The significance of traditional knowledge as a key part of innovation for the
management and development of nature.
6. The importance of landscape for integrating urban settlements, rural development and natural sites.
The vision also outlines alternatives and possibilities to improve the management of biosphere reserves and increase their regional influence:
1. Promote the movement of species between the countryside, natural areas and the city.
2. Conductlong-termstudiesandmonitoringtostrengthenmanagement measures and create new alternatives.
3. Make ecological restoration the focus of experimental research in ecosystems and landscapes.
4. Adapt the biosphere reserve model to the urban and peri-urban environment.
5. Consolidate demonstration activities for new management and restoration methods and their applications.
6. Propose alternatives to make urban growth and development sustainable.
7. Contribute to making the welfare of the population more equitable.
To achieve this, emphasis must be placed on:
1. Ensuring dialogue and the exchange of local, traditional and scientific knowledge.
2. Maintaining the diversity of natural and transformed systems.
3. Maintaining diversity through the active mobility of biological and cultural
diversity across the territory and over time.
4. Identifying the causes and mechanisms of social and landscape resilience.
5. Designing and building sustainable landscapes.
During this period, the 1st Central American Meeting of Biosphere Reserves was held in Copán, Honduras in May 2019, an event of great relevance for the consolidation of regional integration efforts, highlighting the differences and similarities between the reserves and the countries of Central America and thus revealing their common perspectives.
In 2020, an epidemic turned with incredible speed into a pandemic, exposing the deficiencies of the existing health systems and the microeconomics of countries and social and cultural sectors, questioning their national development plans.
Due to the complexity of urban culture, social incoherence, cultural and gender inequalities, ungovernability of cities, and the environmental isolation in which the urban person lives the effects that the current system of production and consumption of food and consumer goods has on the relationship between the city and the countryside were negatively highlighted.
Although it is known and accepted that the anthropogenic transformation of the biosphere has taken place at different times throughout history, the COVID-19 pandemic is a key moment.
This is a critical time for the biosphere and the human population of the entire planet, and biosphere reserves can and must play a fundamental role. Today, more than ever, it is essential to make use of our premise “to unite all hands and voices to create a more equitable and sustainable world”.
But it is also a time for reflection, given the poor response among the public and private organizations that form part of society, and which will bring about economic and social changes at the local, national, regional and global levels with strong environmental repercussions.
In this ‘new reality’, as the media have called it, biosphere reserves will put to the test experiences, ideas and projects on diversity and reasonable and equitable development, which have been developed over recent decades.