Recém-descoberta, espécie de árvore gigante da Mata Atlântica recebe nome em homenagem a Hermeto Pascoal
Dipteryx hermetopascoaliana pode alcançar até 30 metros de altura. O exemplar fica em Alagoas e foi objeto de tese de doutorado de pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Por g1 Rio
22/10/2022 08h52 Atualizado há 2 dias
Uma nova espécie de árvore gigante, que pode alcançar até 30 metros de altura, foi descoberta na Mata Atlântica e batizada em homenagem ao multi-instrumentista Hermeto Pascoal.
O primeiro exemplar da Dipteryx hermetopascoaliana foi encontrado no Município de Branquinha, em Alagoas, estado natal de Hermeto.
A façanha está descrita na tese de doutorado da pesquisadora Catarina Silva de Carvalho, da Escola Nacional de Botânica Tropical do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), e tem como coautores Haroldo Cavalcante de Lima e Domingos Cardoso, também do JBRJ, Débora Zuanny, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e Bernarda Gregório, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
A espécie também foi apresentada em um artigo publicado este mês na revista científica “Botanical Journal of the Linnean Society”.
O gênero Dipteryx, com o tronco de cor clara, pertence à família das leguminosas e é comum na Amazônia, com espécies como o cumaru (D. odorata), e, no Cerrado, como o baru (D. alata).
No entanto, a Dipteryx hermetopascoaliana é a primeira espécie do gênero descrita na Mata Atlântica, o bioma mais devastado do Brasil, atualmente com cerca de apenas 10% de sua cobertura original.
“Dessa forma, a Dipteryx hermetopascoaliana já está altamente ameaçada pela destruição histórica de seu habitat. Os pesquisadores encontraram apenas um indivíduo adulto e dois jovens em um fragmento de floresta cercado de lavouras de cana-de-açúcar”, descreveu o JBRJ.
“Assim como Hermeto é símbolo de resistência da diversidade da cultura brasileira dentro do universo infinito do jazz, através de seu tempero nordestino e de natureza universal, sendo referência mundial, a árvore gigante Dipteryx hermetopascoaliana que catalogamos é símbolo de resistência da megadiversidade da Mata Atlântica”, afirmam os autores.